Alfabetização precoce na Educação Infantil

Alfabetização Precoce na Educação Infantil


Desde que o Ensino Fundamental no Brasil passou de oito anos letivos para nove e o último ano da Educação Infantil passou a constar como Fundamental, fala-se muito em alfabetização precoce. Cada vez mais escolas, tanto públicas quanto particulares, começam a alfabetizar as crianças antes dos seis anos, para que elas cheguem ao Ensino Fundamental sabendo ler e escrever. Quais são as vantagens e as desvantagens da alfabetização precoce? É um assunto que divide opiniões….

Muitos psicólogos, pedagogos e professores acreditam que não há problema na alfabetização antes dos seis anos. As crianças aprendem em ritmos diferentes e é normal que se interessem desde cedo pelo universo letrado porque veem as letras nas revistas, na televisão, nos livrinhos e no teclado do computador. Por que, então, negar esse acesso a elas? Muitos pais acreditam, também, que os filhos devem ser alfabetizados o mais cedo possível para não ficarem para trás em relação às outras crianças. O mundo anda cada vez mais competitivo, afinal.

Por outro lado, muitos psicólogos discordam completamente dessa ideia e defendem que crianças na Educação Infantil devem ter seu tempo investido em brincadeiras e atividades lúdicas, que desenvolvam seus sistemas sensoriais e neurológicos. Uma criança que não tem esses sistemas bem desenvolvidos pode ter problemas para assimilar a alfabetização e mesmo se atrapalhar com a linguagem falada no dia-a-dia. Além disso, as brincadeiras motoras ajudam o aluno a desenvolver melhor a escrita, mais adiante. Quando uma criança começa a brincar com símbolos e movimentos, desenhando ou fazendo mímica, ela estimula o sistema motor que vai fazer com que ela aprenda a escrever com mais facilidade.

Outro ponto importante a ser considerado é o estresse que a alfabetização precoce pode causar. Caso não consiga aprender, por não ter seu sistema neurológico bem desenvolvido, a criança pode se frustrar com o aprendizado e ficar desanimada. Ela pode enxergar a escola como um fardo e não ter mais vontade de participar nas aulas. Isso pode até mesmo criar um bloqueio para o aprendizado de línguas, que vai afetar a alfabetização e qualquer outra aquisição linguística futura. Crianças com menos de seis anos ainda são muito novas para saberem lidar com pressão e estresse.

Enfim, assim como as crianças se desenvolvem em ritmos diferentes, que devem ser respeitados, elas vêm de contextos diferentes. Muitas crianças têm pais que leem histórias todos os dias, tablets com jogos educativos e escutam diferentes tipos de músicas. Outras não têm acesso à tecnologia, têm pais analfabetos funcionais e não têm qualquer contato com o mundo letrado fora da escola. Esses diferentes ambientes farão diferença na hora de aprender a ler e escrever. 

Mas em um ponto todos os psicólogos, pedagogos e professores concordam: mais importante do que aprender a ler e escrever cedo é aprender como se relacionar em sociedade e desenvolver a criatividade. Esses dois passos vão ajudar a criança na hora da alfabetização, seja antes ou depois dos seis anos – quando for melhor para ela.

E então, o que você pensa a respeito desse assunto? Compartilhe e deixe o seu comentário! 

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